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Tempestade

'Nunca pensei que fosse viver isso', relata estudante de medicina da PB em meio a enchentes em Porto Alegre

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril já deixaram 85 mortos, de acordo com a última atualização, na noite da segunda-feira (6). O estado registra 134 desaparecidos e 339 feridos. Há 201,5 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 47,6 mil em abrigos e 153,8 mil desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).

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São 134 desaparecidos e 339 feridos. Mais de 1,1 milhão de pessoas foram afetadas pelos temporais. Metade de rua alagada no bairro Centro Histórico, em Porto Alegre, no sábado (4)

Graziela Duarte tem apenas 26 anos, mora sozinha no bairro Centro Histórico, em Porto Alegre, onde vive há cinco anos. Saiu da cidade de Princesa Isabel, no Sertão paraibano, para realizar o sonho de ser médica. No quinto ano do curso de medicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Graziela viu a prática da medicina se desenvolver em meio ao caos. "Nunca pensei que fosse viver isso", relata. "É um estado todo devastado. Uma sensação de impotência".

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As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril já deixaram 85 mortos, de acordo com a última atualização, na noite da segunda-feira (6). O estado registra 134 desaparecidos e 339 feridos. Há 201,5 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 47,6 mil em abrigos e 153,8 mil desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).

O alagamento no bairro Centro Histórico, em Porto Alegre, chegou até metade da rua onde Graziela mora. O prédio não foi atingido pelas águas, mas não há mais energia elétrica no local.

Na última sexta-feira (3) e sábado (4), a estudante dormiu em um hotel, acreditando que o problema seria passageiro. Mas também faltou luz no local. Desde domingo ela se hospeda na casa de uma amiga, que fica próxima ao Hospital Santa Casa, onde as duas atuam durante o internato.

Graziela Duarte é da cidade de Princesa Isabel, na Paraíba, e mora em Porto Alegre há cinco anos cursando medicina

"(A água) só não chegou até o prédio porque a rua não é plana. A segurança também está um caos. Nem nessas horas dão sossego. Estão assaltando muito", conta Graziela. "Eu jurava que não ia alagar tudo, achava que não ia chegar nessa proporção", lamenta.

Em meio ao caos, Graziela abraçou o estado que sempre a acolheu. "Penso em voltar (para Paraíba) para visitar minha família, amigos, mas eu gosto muito daqui. Mesmo depois de terminar o curso, eu penso em ficar por aqui. Fui muito bem acolhida", desabafa.

Rotina da estudante no hospital

Na segunda-feira, Graziela passou o dia na Santa Casa, contribuindo o que podia. Ela conta que as cirurgias e procedimentos eletivos foram suspensos na unidade.

"Domingo pela noite nós recebemos e-mail da coordenação do internato orientando a quem pudesse comparecer na Santa Casa, às 8h, na segunda, para termos uma reunião e organizar a logística de alguns setores, pois mais de 100 colaboradores do hospital perderam tudo, então os que estavam trabalhando, estavam muito sobrecarregados", conta Graziela.

Bairro Centro Histórico, em Porto Alegre, após enchentes

Após a reunião e divisão das equipes, alguns colegas ficaram responsáveis por transportar os pacientes entre o complexo hospitalar. Graziela, mesmo atuando, atualmente, na cirurgia geral, ficou responsável por receber os pacientes de hospitais externos, que estão sendo transferidos para a Santa Casa devido às enchentes no local.

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"Hoje ainda não sabemos o que vamos fazer, mas vamos para lá saber o que o que estão precisando", diz a estudante.

Fonte: PORTAL SERTÃO COM G1

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