Meses de janeiro e fevereiro foram os mais violentos, com sete mulheres assassinadas em cada perĂodo. Mais de 40 mulheres foram assassinadas de janeiro a agosto de 2023
Os primeiros quatro meses de 2024 jĂĄ registraram a morte de 21 mulheres na ParaĂba. Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social solicitadas pelo g1 via Lei de Acesso à Informação. Seis crimes estão sendo investigados como feminicĂdio, quando hĂĄ relação com o gĂȘnero.
De acordo com os dados, sete mulheres foram assassinadas no mĂȘs de janeiro, sete no mĂȘs de fevereiro, duas em março e cinco em abril.
As mulheres vĂtimas de feminicĂdio nos primeiro trimestre de 2024 foram assassinadas nas cidades de Itaporanga, João Pessoa, Marizópolis, Paulista, Sousa e Bonito de Santa Fé.
A frentista Raissa Raiara ficou na estatĂstica do mĂȘs de março. Imagens de câmeras de segurança instaladas no posto de combustĂveis mostram que ela estava próxima a uma bomba de combustĂveis, quando o suspeito, ex-namorado dela, chega em uma motocicleta, desce do veĂculo e caminha em direção a vĂtima.
O homem tirou uma arma de fogo de dentro de uma sacola e disparou um tiro contra a cabeça de Raissa, que morreu na hora. Ele chegou a atirar outras vezes em direção ao corpo da frentista, depois subiu na motocicleta e fugiu do local.
Francisco Dunga Sousa se entregou e foi preso trĂȘs dias depois suspeito de matar a jovem de 30 anos em Bonito de Santa Fé.
Dois feminicĂdios por mĂȘs em 2023
Na ParaĂba, em média duas mulheres foram mortas por mĂȘs em 2023 por sua condição de gĂȘnero. No ano passado, o nĂșmero de feminicĂdios cresceu 30%. A ParaĂba registrou 34 feminicĂdios, contra 26 em 2022, um aumento de nove casos em nĂșmeros absolutos.
A Lei nÂș 13.104/2015 torna o feminicĂdio um homicĂdio qualificado e o coloca na lista de crimes hediondos, com penas mais altas. Conforme a lei, considera-se que hĂĄ razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violĂȘncia doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
O mĂȘs com o maior nĂșmero de feminicĂdios em 2023 foi o de outubro, com 7 casos. Depois de outubro, o mĂȘs mais violento foi o de abril, com 6 feminicĂdios. Em 2022, esse mĂȘs também apareceu em destaque, com 7 casos.
Em alguns meses de 2023, nenhum caso foi registrado, como março e novembro.
ParaĂba tem pior taxa de feminicĂdios do Nordeste
Em nĂșmeros absolutos, apesar de ter registrado crescimento nos casos de feminicĂdios, a ParaĂba se posiciona como o quinto estado do nordeste com menos casos. No entanto, avaliando a taxa de feminicĂdios por 100 mil habitantes, de modo proporcional, a ParaĂba lidera o indicador, apresentando o pior cenĂĄrio.
Taxa de feminicĂdios no Nordeste
ParaĂba 0,85
Pernambuco 0,78
PiauĂ 0,76
Bahia 0,70
Sergipe 0,67
Rio Grande do Norte 0,66
Maranhão 0,65
Alagoas 0,56
CearĂĄ 0,45
No cenĂĄrio nacional, 1.422 mulheres foram vĂtimas de feminicĂdio em 2023, uma média de quatro feminicĂdios por dias no Brasil. Apesar do nĂșmero ainda alto, houve uma redução de 1,8% nos casos em relação a 2022.
Ano de 2012 foi o mais violento para mulheres da ParaĂba na Ășltima década
Como denunciar
DenĂșncias de estupros, tentativas de feminicĂdios, feminicĂdios e outros tipos de violĂȘncia contra a mulher podem ser feitas por meio de trĂȘs telefones:
197 (Disque DenĂșncia da PolĂcia Civil)
180 (Central de Atendimento à Mulher)
190 (Disque DenĂșncia da PolĂcia Militar - em casos de emergĂȘncia)
Além disso, na ParaĂba o aplicativo SOS Mulher PB estĂĄ disponĂvel para celulares com sistemas operacionais Android e iOS e tem diversos recursos, como a denĂșncia via telefone pelo 180, por formulĂĄrio e e-mail.
As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, FamĂlia e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações.
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