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Resgate no RS

Paraibana relata resgate em região atingida por enchentes no RS: 'Não dá para ter noção do que é isso pela TV'

"Não dá pra ter noção do que é isso pela TV, não dá pra ter noção da proporção que é isso", afirmou a empresária.


Empreendedora relata sensação de insegurança vivida em Porto Alegre, as consequências das enchentes na vida da família e o resgate de barco. Resgate de família paraibana no Rio Grande do Sul

A paraibana Ana Carolina, de 36 anos, se assustou com o que viveu nos últimos dias no Rio Grande do Sul: as ruas que costumava andar foram cobertas de água, presenciou uma tentativa de roubos ao barcos que fazia seu resgate e ficou ilhada em casa, com os dois filhos pequenos e o marido - sem água, luz e gás. "Não dá pra ter noção do que é isso pela TV, não dá pra ter noção da proporção que é isso", afirmou a empresária.

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril já deixaram 90 mortos, de acordo com a última atualização, na manhã desta terça-feira (6). O estado registra 131 desaparecidos e 362 feridos. Há 204,3 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 48,2 mil em abrigos e 156 mil desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).

A microempreendedora Ana Carolina deixou João Pessoa, capital da Paraíba, há cerca de dois meses para acompanhar o marido, que é engenheiro, em um novo trabalho no Rio Grande do Sul. Levaram também os dois filhos, um de 1 ano e 8 meses e outro de 3 anos. Toda a família começou a viver em um condomínio no bairro de Humaitá, em Porto Alegre.

A família não esperava que a região fosse atingida pelas enchentes porque era uma localidade muito alta, mas acabaram ilhados porque a água invadiu todos os condomínios ao redor do residencial em que moravam. De acordo com a empreendedora, a água alcançou apenas a roda dos carros do condomínio em que morava, mas os outros prédios foram invadidos até o primeiro andar. Todos estavam vivendo no local sem água, luz e gás.

Ana Carolina contou ao g1 que ela e a família foram resgatados na sexta-feira (3) por um barco da Polícia Rodoviária Federal.

"A água estava impressionante. Os policiais falavam que a água estava muito funda? e a gente (antes das enchentes) caminhava por aquelas ruas", afirmou.

Paraibana relembra resgate em região atingida por enchente no RS

A empreendedora relembra que tomou a decisão após o marido sair para comprar alimentos básicos para a família, mas ele não conseguiu andar até o mercado. Além disso, uma parte dos vizinhos começou a evacuar o residencial, outros decidiram permanecer e esperar tudo passar.

Ela contou que também deixou o apartamento por falta de segurança no local. Como os porteiros saíram da frente do residencial, ela sentiu medo de possíveis invasões no local. O medo dela tem motivo: além da situação dramática causada pelas enchentes, também estão sendo registrados saques a lojas, ameaças a socorristas e ataques a barcos de resgate.

Saques a lojas, ataques a barcos de resgate: insegurança agrava crise no Rio Grande do Sul

Foi exatamente essa situação de insegurança que ela viveu quando estava deixando o condomínio. De acordo com a empreendedora, homens em um barco se aproximaram da embarcação da PRF, que fazia o resgate da família, com intenção de roubar, mas quando perceberam que se tratava de policiais deixaram o local.

Hoje, a família está vivendo em um hotel no município de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ao contrário do município em que estavam antes, as enchentes não atingiram a cidade, mas seguem sem água nas torneiras. "Agora é descansar um pouco pra voltar e recuperar nossas coisas", afirmou.

Família paraibana aguarda nível da água baixar no RS para voltar para casa

Os filhos da empreendedora são pequenos demais para entender tudo o que estão vivendo. Ela conta que eles acham tudo "uma diversão": o racionamento de comida é um piquenique com os amigos; o resgate se tornou o primeiro dia que andaram de barco. Porém, a empresária conta que eles também perguntam se algum dia vão voltar para casa em Humaitá.

Carolina conta que se assustou quando viu as enchentes tomando conta da região, mas se tranquilizou quando viu a quantidade de pessoas ajudando. Para ela, o importante é esse: continuar ajudando o Rio Grande do Sul. "Acolher as pessoas nesse momento é o maior ato de fé que a gente pode ter em relação ao nosso próximo e nos aproxima de Deus", afirmou a microempreendedora.

PORTAL SERTÃO COM G1

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