
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) reforçou, nesta sexta-feira (14), o pedido de manutenção da prisão preventiva do pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, acusado de estupros de crianças durante consultas médicas. Além disso, o órgão solicitou sua transferência do Centro de Observação Criminológica e Triagem (COTEL), em Pernambuco, para um presídio na Paraíba. O pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do réu foi negado.
Fernando Cunha Lima foi preso no dia 7 de março em Pernambuco, após permanecer foragido por quatro meses. No mesmo dia, foi apresentado em João Pessoa e, posteriormente, retornou ao estado onde ocorreu sua captura para audiência de custódia. No dia seguinte, a Justiça manteve a prisão preventiva, e ele segue detido no COTEL, localizado em Abreu e Lima (PE).
O pedido do Ministério Público foi formalizado pelos promotores de Justiça Bruno Leonardo Lins e Judith Maria de Almeida Lemos Evangelista. O órgão também requereu a intimação imediata das partes envolvidas no processo para apresentação das alegações finais, uma vez que a fase de instrução se encerrou em novembro de 2023.
Acusações e histórico do caso
A primeira denúncia contra o pediatra veio à tona em 25 de julho, quando uma mãe relatou ter testemunhado abusos cometidos pelo médico contra seu filho durante uma consulta. A partir desse episódio, diversas outras vítimas passaram a procurar a Polícia Civil para relatar crimes semelhantes, incluindo uma sobrinha do acusado que afirmou ter sido abusada por ele em 1991.
Com uma carreira consolidada em João Pessoa, Fernando Cunha Lima era um pediatra renomado e mantinha uma clínica particular no bairro de Tambauzinho. Muitas das vítimas eram atendidas pelo médico desde bebês e gozavam da confiança de suas famílias.
O Ministério Público já denunciou o acusado por quatro crimes cometidos contra três crianças – uma delas abusada em duas ocasiões. No entanto, o número de vítimas foi recalculado e, atualmente, ele responde judicialmente por estupro contra seis crianças, divididas em dois processos.
Com a repercussão do caso, sobrinhas do médico também procuraram a polícia para denunciar abusos sofridos na infância. Desde o início das investigações, a polícia e o MPPB tentaram, sem sucesso, obter a prisão do acusado em cinco ocasiões. Somente em novembro de 2024, o Tribunal de Justiça da Paraíba acatou, por unanimidade, o recurso do Ministério Público e determinou sua prisão.
O desembargador Ricardo Vital, relator do caso, justificou a decisão alegando a necessidade de evitar a reiteração dos crimes e garantir a ordem pública.
Fernando Paredes Cunha Lima foi preso em Pernambuco após meses foragido e aguarda novos desdobramentos do caso na Justiça.
Fonte: TV E PORTAL SERTÃO