VÍDEO: Aos prantos, mãe de bebê que morreu na UPA de Cajazeiras relata indignação, falta de assistência e clama por atenção dos políticos

O repórter da TV Sertão, Fernando Antônio, foi com a equipe até a casa de Aline Ribeiro, mãe de Enzo Diego, que tinha apenas 42 dias de vida quando faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, na manhã desta terça-feira (16), poucas horas depois de ter dado entrada apresentando sintomas de complicações respiratórias aguda.

O bebê é o segundo caso, num intervalo de apenas dez dias, de criança cajazeirense que morre durante tentativa de transferência para uma UTI infantil, já que na cidade não existe nenhuma unidade de saúde com esse aparelho.

Durante entrevista, Aline contou como tudo ocorreu, desde a chegada de Enzo à UPA até o momento da notícia do seu óbito. A mãe relatou ter sido mal tratada pela equipe médica da unidade.

"Até oito horas da noite ele teve um atendimento ótimo. Mas depois [da troca de plantão], a médica foi ignorante, a enfermeira foi ignorante. Eles não soube se solidarizar comigo", disse.

Aos prantos, Aline chora pela perda do seu filho, que era o primeiro. De acordo com seu relato, após o nascimento de Enzo, ela fez uma laqueadura para não engravidar novamente.

"Era meu primeiro e o último. Eu inventei de fazer uma ligação pensando que eu ia viver com ele eternamente. O povo não me disseram que ele tava morrendo, os médicos só me enganando. Dizendo que tinha ido tudo bem o intubamento dele, que ia dá certo, que tava tudo bem, e eu vendo a movimentação lá dentro", relatou.

A mesma chamou atenção das autoridades e pediu que os políticos olhassem pra esta situação com mais delicadeza, que está sendo recorrente devido a falta de uma UTI neonatal e pediátrica no município. "Para não acontecer o que aconteceu com a minha".

Na oportunidade, o repórter Fernando Antônio também fez um apelo às autoridades, cobrando a instalação de uma UTI para as crianças cajazeirenses e da região. De acordo com ele, os políticos se manifestam a cada caso ocorrido, mas não definem nenhuma possível solução.

"Acabou essa paciência, acabou a brincadeira! É o futuro que está morrendo por negligência. Eu tô cansado de chorar perto das mães! Isso não pode mais continuar acontecendo", clamou o repórter.

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