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PLANTÃO

Caso Padre Zé: quem é quem na denúncia do Gaeco que investiga os secretários Pollyanna Dutra e Tibério Limeira

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Outras 14 pessoas - uma delas gestor dos contratos firmados pelo Estado com as instituições, assim como o padre Egídio de Carvalho Neto, também foram denunciados. Tibério Limeira e Pollyanna Dutra são secretários de pastas do Governo da Paraíba

Reprodução

A atual secretária de Desenvolvimento Humano da Paraíba, Pollyanna Dutra, o ex-secretário da pasta, Tibério Limeira, e outras 14 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), no âmbito da Operação Indignus, acusados de pagamento de propina, lavagem de dinheiro, desvio de finalidade, estelionato e apropriação de valores. A denúncia detalha como seria a participação de 16 investigados, com acusações de integrarem organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, e peculato.

Entenda como era a participação dos denunciados

Egídio de Carvalho Neto

Papel: Chefe da organização criminosa

Acusações: Centralizava decisões administrativas e financeiras no Hospital Padre Zé (HPZ), Instituto São José (ISJ) e Ação Social Arquidiocesana (ASA). Coordenava desvios de recursos públicos e privados, recebia propinas e acumulava patrimônio incompatível, incluindo imóveis e bens de luxo.

Jannyne Dantas Miranda e Silva

Papel: Diretora administrativa do HPZ/ISJ

Acusações: Viabilizava contas fraudulentas e falsos relatórios, assegurando a aprovação de prestações de contas. Recebia e repassava propinas, garantindo o funcionamento do esquema.

Amanda Duarte Silva Dantas

Papel: Tesoureira do HPZ/ISJ

Acusações: Gerenciava os fluxos financeiros ilícitos, recebia propinas e as redistribuía conforme orientação de Egídio Neto. Mantinha controle escritural dos valores desviados.

Andrea Ribeiro Wanderley

Papel: Responsável pelos convênios e prestações de contas no HPZ/ISJ

Acusações: Facilitava a aprovação de contas fraudulentas e intermediava o contato entre fornecedores e gestores para assegurar a continuidade do esquema.

Tibério Limeira

Papel: Ex-secretário de Desenvolvimento Humano da Paraíba (SDH)

Acusações: Autorizava e aprovava convênios fraudulentos do Projeto Prato Cheio, recebendo propinas através de intermediários.

Pollyanna Werton Dutra

Papel: Sucessora de Tibério na SDH

Acusações: Continuou os mesmos esquemas de desvios e recebimento de propinas, justificando pagamentos ilícitos.

Iurikel Souza Marques de Aguiar

Papel: Gestor de convênios na SDH

Acusações: Aprovava prestações de contas fraudulentas, ignorando irregularidades. Recebia propinas diretamente ou via intermediários.

Kildenn Tadeu Morais de Lucena

Papel: Líder do núcleo de empresas fornecedoras

Acusações: Coordenava empresas de fachada que forneciam serviços ao HPZ e desviavam recursos por meio de notas fiscais fraudulentas.

Sebastião Nunes de Lucena

Papel: Pai de Kildenn e administrador de empresas envolvidas no esquema

Acusações: Facilitava os desvios de recursos gerenciando formalmente empresas do núcleo de Kildenn.

Sebastião Nunes de Lucena Júnior

Papel: Irmão de Kildenn e sócio em empresas fornecedoras

Acusações: Emitia notas fiscais fraudulentas e participava do esquema de devoluções ilícitas.

Mariana Inês de Lucena Mamede

Papel: Proprietária de empresa de fachada vinculada ao núcleo de Kildenn

Acusações: Formalmente administrava uma empresa usada para desviar recursos.

Maria Cassilva da Silva

Papel: Proprietária de empresa vinculada ao núcleo de Kildenn

Acusações: Emissão de notas fiscais fraudulentas para formalizar desvios.

José Lucena da Silva

Papel: Ex-proprietário de empresas envolvidas no esquema

Acusações: Facilitava desvios e gerenciava empresas que forneciam bens superfaturados ou inexistentes.

João Ferreira de Oliveira Neto

Papel: Filho de José Lucena e proprietário de empresa fornecedora

Acusações: Responsável por intermediar pagamentos de propinas e repassar valores desviados.

Fillype Augusto Lima Bezerril

Papel: Genro de José Lucena e proprietário de empresa fornecedora

Acusações: Emitia notas fraudulentas e gerenciava a devolução de recursos ao esquema.

João Diógenes de Andrade Holanda

Papel: Gestor de empresas de fornecimento de produtos médicos e hospitalares

Acusações: Emitia notas fiscais falsas e participava de desvios, gerenciando repasses ilícitos.

Padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé

TV Cabo Branco/Reprodução

Entenda a nova denúncia

A denúncia, protocolada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), acusa os secretários Pollyanna Dutra e Tibério Limeira de participação em esquema de pagamento de propina, classificado como "devoluções" por parte de empresas que forneciam produtos para as instituições e eram contratadas para fornecer itens para o hospital e refeições para o Programa Prato Cheio.

A investigação gira em torno do pagamento de propina, lavagem de dinheiro, desvio de finalidade, estelionato e apropriação de valores doados por particulares e repassados pelos cofres públicos ao Hospital Padre Zé/Instituto São José e à Ação Social Arquidiocesana, sob a gestão de padre Egídio de Carvalho Neto.

Tibério Limeira informou ao g1 que a denúncia "está montada em supostos documentos que não guardam a menor confiança, visto que não passam de manuscritos sem qualquer validade legal, podendo ter sido produzidos por qualquer pessoa e em qualquer tempo, com objetivos de imputar a alguém um ilícito". A secretária Pollyanna Dutra se pronunciou por meio de sua assessoria informando que ainda não teve acesso à denúncia e que desconhece o conteúdo e os fatos.

Hospital Padre Zé, em João Pessoa

Hospital Padre Zé/Divulgação

Tibério Limeira comandou a Secretaria de Desenvolvimento Humano entre 2021 e 2023, e Pollyanna Dutra é a atual secretária. As investigações apontam que as propinas recebidas do grupo criminoso eram repassados por meio de Amanda Duarte, tesoureira do Hospital Padre Zé, e Jannyne Dantas, diretora administrativa da instituição.

Segundo a denúncia, Tibério Limeira recebeu R$ 50 mil por meio de seu motorista, Marinho Novaes da Rocha Junior, em diversas ocasiões. As provas incluem mensagens de WhatsApp e anotações em cadernos financeiros de Amanda Duarte. Em um dos casos, padre Egídio instruiu Amanda a sacar R$ 50 mil e entregar a Tibério, orientando-a a colocar o dinheiro em uma sacola e amarrar com fita.

Como responsável pela pasta, o MP indica que Tibério firmou os termos de convênios e era o efetivo ordenador de despesas e o responsável final pela análise dos procedimentos de prestação de contas referentes ao Projeto Prato Cheio.

O MP identificou a predominância das empresas vinculadas a Kildenn Tadeu - que atuava fornecendo produtos e serviços - como fornecedoras dos itens ligados ao Prato Cheio, cujo montante total (apenas nos mencionados Termos de Colaboração) alcançou o montante de R$ 18.424.000,00.

Pollyanna Dutra, por sua vez, teria recebido R$ 70 mil de propina, valor que, segundo a denúncia, foi aumentado em relação ao que Tibério recebia devido ao aumento do número de municípios atendidos pelo Projeto Prato Cheio. A propina foi entregue por Jannyne Dantas à mãe de Pollyanna, que era funcionária do Hospital Padre Zé.

A denúncia contra Tibério Limeira e Pollyanna Dutra representa um novo capítulo na Operação Indignus, que já havia investigado a atuação de outros membros da organização criminosa, incluindo padre Egídio de Carvalho Neto, Amanda Duarte, Jannyne Dantas e Kildenn Tadeu Morais de Lucena.

A defesa de padre Egídio de Carvalho disse que ainda não teve acesso aos detalhes da nova denúncia apresentada pelo Gaeco.

Já a defesa de Amanda Duarte e Jannyne Dantas disse que pediu acesso a todos os elementos de prova inseridos no processo. As defesas dos demais denunciados não foram localizadas.

Projeto Prato Cheio, do Governo do Estado

Divulgação/Governo da Paraíba

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