O mundo inteiro acompanha com especial interesse a eleição presidencial nos Estados Unidos, que acontece oficialmente no dia de hoje. O cargo de presidente dos Estados Unidos tem grande poder político, econômico e militar, e suas decisões provocam efeitos muito além de suas fronteiras.
O processo eleitoral norteamericano é bem diferente do nosso. Vários estados já votaram por antecipação e puderam praticar o voto pelo Correio. Na verdade lá o presidente e vice não são escolhidos pelo sistema de votação direta. Dois partidos historicamente disputam o pleito, o Republicano, de ideologia conservadora, e o Democrata, alinhado com ideais mais progressistas. Ao votar para presidente o eleitor estará elegendo os delegados de seu estado que irão compor o Colégio Eleitoral nacional, formado por 538 representantes.
À exceção dos estados de Maine e Nebraska, que definem seus delegados proporcionalmente ao número de votos de cada candidato, nos demais estados, independente da margem de vitória, o partido que obtiver o maior numero de votos levará para o Colégio Eleitoral todos os delegados que o estado tem direito. Então, mesmo que um dos candidatos seja o mais votado pelos eleitores do país, pode não ser o eleito no Colégio Eleitoral. Ele precisará, necessariamente, contar com pelo menos 270 votos dos delegados. Portanto, é uma eleição indireta.
Neste ano a eleição se mostra num ambiente de extrema polarização, entre Kamala Harris, do Democrata, e Donald Trump, do Republicano. Uma vitória de Trump causará impacto no Brasil, com o fortalecimento da extrema direita. Além disso, Trump e Bolsonaro carregam outro ponto em comum: ambos são investigados pela participação em uma tentativa de golpe contra a democracia em seus respectivos países. Já sendo eleita a candidata do Democrata, a expectativa é de que haja uma continuidade das políticas de Biden, especialmente no campo dos direitos humanos, questões trabalhistas, meio ambiente e comunidade LGBTQIAP+ e uma interação maior no que se relaciona às posições ideológicas dos que defendem idéias progressistas, sem ameaças à estabilidade política de nosso país.
Não se pode ignorar que a economia e a política externa no Brasil recebem forte influência dos Estados Unidos. Afinal de contas eles são o nosso segundo maior parceiro comercial. Sendo assim, eu estou torcendo pela vitória de Kamala Harris..