Conhecida como terra da Cultura e cidade que ensinou a Paraíba a ler, Cajazeiras tem crescido bastante a cada mandato de um prefeito. Sobretudo, em termos de população, de criação de bairros. Quando retornei para cá, em 2017, fiquei surpreendido com a quantidade de bairros que passaram a existir e com a melhoria de serviços importantes para a população, principalmente na educação e saúde. Mas Cajazeiras quer mais.
Investir em educação, saúde e salários dos servidores é obrigação de toda e qualquer gestão pública. Mas será que já não está na hora de Cajazeiras passar a investir de fato num desenvolvimento econômico que faça a cidade se tornar referência no Alto Sertão do estado? Sim, falo de investimentos do poder público, que possam atrair, por consequência, investimentos privados para que a cidade não fique tão dependente da prefeitura.
Quem chegou em João Pessoa no final dos anos 1970 e vê hoje como ela está, percebe a grande diferença. Nossa capital cresceu muito em termos geográficos e populacionais, mas cresceu também em desenvolvimento econômico. Cada prefeito ou governador, deixou sua parte. Cícero, Maranhão e Ricardo construíram viadutos, mas teve também, nesse período, construções que prepararam a cidade para o futuro, como Estação Ciências, Espaço Cultural, Mercado de Artesanato, Centro de Convenções, duplicação de rodovias, reforma do Parque Solon de Lucena, entre outros investimentos grandiosos. Com isso, a iniciativa privada se animou a investir também, com construções de shoppings e empreendimentos que ajudaram João Pessoa a se tornar uma das cidades com melhor qualidade de vida do Brasil.
Não somos a capital do estado, claro, mas podemos avançar nessa seara do desenvolvimento. Cajazeiras é uma cidade polo, com 15 municípios em seu entorno na região do Alto Piranhas, além de cidades do interior cearense. Populações desses municípios acorrem semanalmente para cá, para serviços médicos, para estudar em nossas faculdades e para comprar em nosso comércio. Isso deixa claro que temos potencial para esse desenvolvimento. Outro dia estava conversando com um primo que é gerente nas Casas Bahia. Perguntei a ele se o empreendimento estava dando certo aqui. Ele respondeu que sim, e que a loja de Cajazeiras já subiu de nível no conceito interno do empreendimento nacional. Outro exemplo: o voo da Azul em pouco tempo aqui já teve mais demanda do que em municípios cearenses. A própria Arribaçã, editora que criei com o amigo Lenilson Oliveira, é outro exemplo favorável, já que fazemos livros para autores e autoras de todo o país direto do sertão paraibano e usando os serviços de nossas gráficas locais, que são muito bons.
Fico nesses exemplos para mostrar que Cajazeiras precisa deixar de ser apenas uma acanhada e agradável cidade do interior e se tornar um centro de desenvolvimento no Alto Sertão. Há demanda para isso. Só precisa ousar!
